Amnésia

28 jun


Acordou convicto naquele dia. Desativou o despertador do celular que não havia nem ao menos tocado. Trocou de roupa com certa dificuldade, ao mesmo tempo em que escovava os dentes e dava um tapa no cabelo. Pegou a carteira e as chaves, fez um carinho no cachorro e passou ignorando o gato, afinal, não gostava dele. Chegou à mesa do café, não houve tempo para sentir falta dos pais que não estavam em volta, passou manteiga numa torrada, e saiu pela porta da frente, saiu e correu. Correu como se nada pudesse pará-lo, desviou dos arbustos e da velha senhora Maria, que ia em direção à padaria. Correu mais e mais, sentiu-se feliz por ter fumado apenas uma ou duas vezes e nunca ter se apegado, do contrário já se sentiria cansado. Passou por vitrines de lojas, casas de família e homens trabalhando em construções, não os notou embora todos o notassem. Olhando sempre em frente sem se desviar, só havia um pensamento em mente, embora ainda houvesse tempo. Enfim avistou a porta de madeira. Bateu, esperou. Seu coração acelerava, não pela corrida, mas pela ansiedade.  Uma mulher abriu a porta sorrindo: “Seja bem vindo”. Entrou, não acreditando no que via. Desceu um degrau e depois o outro e depois tropeçou, caiu e apagou.

Acordou no dia seguinte, não se lembrou do celular, não se lembrou do cachorro e muito menos do gato. Cabeça enfaixada, uma dor aguda. Onde estou? Um hospital. Qual o meu nome? Qual meu nome? Não sei.  Você sabe?

 

                Daniel Garcia

3 Respostas to “Amnésia”

  1. Sara 28 de junho de 2011 às 21:29 #

    Kkkkkk… Daniii, só vc msm… rsrs

  2. Diulia 28 de junho de 2011 às 22:50 #

    E isso é só porque queria descansar de cálculo….kkkkkkk ficoou muito legal! ^^

  3. Aline 8 de julho de 2011 às 19:20 #

    Fui a primeira a ler! :]
    E ainda to com muitos pontos de interrogação por aki!
    muito bom msm!

Deixe um comentário